A Escravidão no Brasil

A escravidão no Brasil perdurou por mais de três séculos (1530-1888), sendo o último país das Américas a abolir oficialmente esta prática. Estima-se que cerca de 4,9 milhões de africanos foram trazidos forçadamente para o Brasil durante este período, representando aproximadamente 40% do total de escravizados trazidos para as Américas.

Os escravizados trabalhavam principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, café e algodão, nas minas de ouro e diamantes, e também em serviços domésticos nas cidades. As condições de vida eram extremamente precárias, com jornadas de trabalho exaustivas, alimentação insuficiente e castigos físicos severos.

Apesar da opressão, os escravizados desenvolveram diversas formas de resistência, como fugas, formação de quilombos (comunidades de escravos fugitivos), revoltas, sabotagens e preservação de suas culturas e religiões de origem africana.

O processo de abolição foi gradual, com leis como a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu o tráfico de escravos; a Lei do Ventre Livre (1871), que libertou os filhos de escravos nascidos a partir daquela data; a Lei dos Sexagenários (1885), que libertou escravos com mais de 60 anos; e finalmente a Lei Áurea (1888), que aboliu definitivamente a escravidão no Brasil.

O legado da escravidão permanece visível na sociedade brasileira contemporânea, manifestando-se através da desigualdade social, do racismo estrutural e da marginalização da população afrodescendente.