Curiosidades do Brasil

← Voltar ao Glossário

Vargas e o Estado Novo

Período ditatorial (1937-1945) durante o governo de Getúlio Vargas.

Getúlio Vargas e o Estado Novo

O Estado Novo foi um regime político autoritário implantado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que durou até 29 de outubro de 1945. Este período representou a fase mais ditatorial da Era Vargas (1930-1945) e foi caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e intervencionismo estatal.

O golpe que instaurou o Estado Novo foi justificado pela suposta ameaça comunista representada pelo "Plano Cohen", um documento forjado que descrevia uma conspiração comunista para tomar o poder. Usando este pretexto, Vargas cancelou as eleições presidenciais previstas para 1938, fechou o Congresso Nacional e outorgou uma nova Constituição, conhecida como "Polaca" por sua inspiração na constituição autoritária da Polônia.

Durante o Estado Novo, foram suprimidas as liberdades civis, os partidos políticos foram extintos, e foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela censura e pela propaganda oficial do regime. Opositores políticos foram perseguidos, presos e torturados, especialmente após a Intentona Comunista de 1935.

No campo econômico, o Estado Novo foi marcado pelo nacionalismo econômico e pela industrialização. Foram criadas empresas estatais importantes como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce e a Fábrica Nacional de Motores. A legislação trabalhista foi consolidada com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943.

Na política externa, Vargas manteve inicialmente uma posição de neutralidade na Segunda Guerra Mundial, negociando com Estados Unidos e Alemanha. Em 1942, após o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães, o Brasil declarou guerra ao Eixo e enviou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Itália.

O Estado Novo chegou ao fim em 1945, quando Vargas foi deposto por um golpe militar. A contradição de lutar contra regimes fascistas na Europa enquanto mantinha uma ditadura no Brasil, a pressão dos Aliados pela democratização e o crescimento da oposição interna contribuíram para a queda do regime. Ironicamente, Vargas retornaria à presidência em 1951, desta vez eleito democraticamente.