A Inconfidência Mineira

A Inconfidência Mineira foi um movimento separatista ocorrido em 1789 na capitania de Minas Gerais, então parte da colônia portuguesa do Brasil. O movimento surgiu em um contexto de insatisfação com a exploração econômica portuguesa, especialmente com a derrama (cobrança forçada de impostos atrasados sobre a extração de ouro).

Os inconfidentes, em sua maioria membros da elite local, incluindo intelectuais, clérigos, militares e proprietários de terras, foram influenciados pelos ideais iluministas e pelo exemplo da recente independência dos Estados Unidos. Entre os principais conspiradores estavam Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes.

O plano dos inconfidentes incluía a proclamação da independência de Minas Gerais, a criação de uma república, o estabelecimento de uma universidade em Vila Rica (atual Ouro Preto), o desenvolvimento da indústria local e a abolição da escravidão (embora este último ponto fosse controverso entre os próprios conspiradores, muitos dos quais eram proprietários de escravos).

A conspiração foi denunciada antes que pudesse ser colocada em prática. Os inconfidentes foram presos, julgados e condenados. A maioria recebeu penas de degredo (exílio) para a África, enquanto Tiradentes foi condenado à morte, enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792 no Rio de Janeiro.

Embora tenha fracassado em seus objetivos imediatos, a Inconfidência Mineira é considerada um importante precursor dos movimentos pela independência do Brasil. Tiradentes foi posteriormente transformado em herói nacional e mártir da independência, e o dia de sua execução é feriado nacional no Brasil.