Zumbi dos Palmares
Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi o último e mais célebre líder do Quilombo dos Palmares, a maior comunidade de escravos fugitivos das Américas, localizada na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.
Nascido livre no quilombo em 1655, Zumbi foi capturado ainda criança durante uma expedição portuguesa e entregue ao padre Antônio Melo, que o batizou com o nome de Francisco. Sob a tutela do padre, aprendeu português e latim, e recebeu instrução religiosa. Aos 15 anos, fugiu e retornou a Palmares, onde adotou o nome de Zumbi.
Em 1678, seu tio Ganga Zumba, então líder de Palmares, assinou um acordo de paz com o governo da Capitania de Pernambuco, que garantia liberdade apenas aos nascidos no quilombo, mas não aos escravos fugitivos. Zumbi rejeitou este acordo, considerando-o uma traição, e assumiu a liderança de Palmares.
Sob o comando de Zumbi, Palmares resistiu a dezenas de expedições militares enviadas para destruí-lo. Sua habilidade estratégica e conhecimento do terreno permitiram que o quilombo sobrevivesse por quase duas décadas sob sua liderança.
Em 1694, uma expedição liderada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho finalmente conseguiu destruir a capital de Palmares após um cerco prolongado. Zumbi escapou, mas foi traído, capturado e morto em 20 de novembro de 1695. Sua cabeça foi cortada, salgada e exposta em praça pública em Recife, como forma de desmentir a crença popular de que Zumbi era imortal.
Hoje, Zumbi é reconhecido como um símbolo da resistência negra à escravidão e da luta pela liberdade. O dia de sua morte, 20 de novembro, foi estabelecido como o Dia da Consciência Negra no Brasil, em contraposição ao 13 de maio (data da abolição oficial da escravidão), por representar a luta ativa dos negros por sua própria libertação.