A Revolução de 1930
A Revolução de 1930 foi um movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul que culminou com o golpe de Estado que depôs o presidente Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à chamada República Velha (1889-1930).
O estopim da revolução foi a derrota de Getúlio Vargas nas eleições presidenciais de 1º de março de 1930 para Júlio Prestes, candidato apoiado pelo presidente Washington Luís. A oposição, reunida na Aliança Liberal, denunciou fraudes eleitorais e começou a articular um movimento revolucionário.
O assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente na chapa de Vargas e governador da Paraíba, em 26 de julho de 1930, acelerou os preparativos para a revolução, embora o crime tenha tido motivações pessoais e não políticas.
O movimento revolucionário eclodiu simultaneamente em diversos estados em 3 de outubro de 1930. As forças revolucionárias avançaram rapidamente, e em 24 de outubro, os generais do Exército depuseram Washington Luís para evitar uma guerra civil. Uma junta militar governou o país por dez dias, até entregar o poder a Getúlio Vargas em 3 de novembro.
Vargas assumiu a chefia do "Governo Provisório" com amplos poderes. Ele dissolveu o Congresso Nacional, substituiu os governadores estaduais por interventores federais e suspendeu a Constituição de 1891, governando por decretos até a promulgação da nova Constituição em 1934.
A Revolução de 1930 marcou o fim do domínio político das oligarquias cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais (a chamada política do "café com leite") e iniciou a Era Vargas (1930-1945), período caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, industrialização e introdução de leis trabalhistas.