Curiosidades do Brasil

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Ouro em Minas Gerais

O ciclo do ouro no Brasil colonial e seu impacto na economia e sociedade.

O Ciclo do Ouro em Minas Gerais

O ciclo do ouro no Brasil, que teve seu auge entre 1693 e 1750, transformou profundamente a colônia e a própria metrópole portuguesa. O ouro foi descoberto na região que viria a se tornar Minas Gerais por bandeirantes paulistas, com destaque para a descoberta feita pela bandeira de Antônio Rodrigues Arzão em 1693.

A notícia da descoberta do ouro provocou uma corrida sem precedentes para a região, atraindo pessoas de todas as partes da colônia e de Portugal. Estima-se que cerca de 300.000 portugueses emigraram para o Brasil durante o século XVIII, principalmente para as regiões mineradoras.

Novas vilas e cidades surgiram rapidamente, como Vila Rica (atual Ouro Preto), Mariana, São João del Rei e Diamantina. Estas cidades se tornaram centros urbanos importantes, com uma vida cultural e artística intensa, dando origem ao estilo barroco mineiro, cujo maior expoente foi o escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

A extração do ouro era feita principalmente em depósitos aluviais (nos leitos dos rios) e, posteriormente, em minas subterrâneas. O trabalho era realizado majoritariamente por escravos africanos, em condições extremamente duras.

Portugal exercia um rígido controle sobre a extração e circulação do ouro, cobrando o "quinto" (20% de todo o ouro extraído) como imposto. Para evitar o contrabando, foram estabelecidas "casas de fundição" onde o ouro era fundido e transformado em barras com o selo real.

O declínio da produção aurífera começou por volta de 1750, devido ao esgotamento dos depósitos mais acessíveis. No entanto, o legado do ciclo do ouro permanece visível nas cidades históricas de Minas Gerais, com seu rico patrimônio arquitetônico e cultural, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.