O Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares foi a maior e mais duradoura comunidade de escravos fugitivos (quilombo) das Américas, existindo por quase todo o século XVII (1605-1694) na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, então parte da Capitania de Pernambuco.
No auge de sua existência, Palmares chegou a abrigar cerca de 20.000 pessoas distribuídas em vários núcleos populacionais, sendo Macaco a capital. Os habitantes, chamados de palmarinos, eram majoritariamente negros escravizados fugidos, mas também incluíam indígenas, brancos pobres e outros marginalizados pela sociedade colonial.
Palmares desenvolveu uma organização social e política complexa, com economia baseada na agricultura de subsistência, caça, pesca e comércio com povoados vizinhos. A comunidade resistiu a dezenas de expedições militares enviadas para destruí-la, tanto por autoridades portuguesas quanto holandesas (durante a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro).
O líder mais conhecido de Palmares foi Zumbi, que assumiu o comando após a captura de Ganga Zumba (seu tio ou avô, segundo diferentes fontes) pelos portugueses. Sob a liderança de Zumbi, Palmares intensificou sua resistência contra as forças coloniais.
Em 1694, uma expedição liderada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho finalmente conseguiu destruir o quilombo após um cerco prolongado. Zumbi escapou, mas foi capturado e morto em 20 de novembro de 1695, data que hoje é celebrada como o Dia da Consciência Negra no Brasil.
O Quilombo dos Palmares representa um símbolo poderoso de resistência à escravidão e de luta pela liberdade. Em 1988, a Serra da Barriga foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional, e em 2007 foi transformada em Parque Memorial Quilombo dos Palmares.