A Semana de Arte Moderna de 1922

A Semana de Arte Moderna foi um evento cultural realizado no Teatro Municipal de São Paulo entre 13 e 17 de fevereiro de 1922, que marcou o início oficial do modernismo no Brasil. O evento coincidiu com o centenário da independência do país e buscava romper com o conservadorismo artístico e cultural predominante, propondo uma nova visão da arte brasileira.

Os organizadores e participantes da Semana incluíam artistas, escritores e intelectuais como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Víctor Brecheret, Tarsila do Amaral (que estava em Paris na época, mas foi uma figura central do movimento posteriormente) e Menotti Del Picchia.

Durante o evento, foram realizadas exposições de pintura e escultura, concertos de música, e sessões literárias onde foram apresentadas obras que rompiam com os padrões estéticos tradicionais, inspiradas pelas vanguardas europeias como o cubismo, o futurismo e o expressionismo, mas buscando uma identidade cultural brasileira.

A Semana foi recebida com hostilidade pelo público e pela crítica conservadora. As apresentações foram frequentemente vaiadas, e os jornais publicaram críticas severas. No entanto, esse choque inicial foi parte do impacto que os modernistas desejavam causar.

Após a Semana, o movimento modernista se desenvolveu em diferentes direções, com destaque para o "Manifesto da Poesia Pau-Brasil" (1924) e o "Manifesto Antropófago" (1928) de Oswald de Andrade, que propunham a "deglutição" das influências estrangeiras e sua transformação em algo genuinamente brasileiro.

A Semana de Arte Moderna é considerada um divisor de águas na cultura brasileira, inaugurando uma nova fase de valorização da identidade nacional e de experimentação estética que influenciou profundamente a literatura, as artes plásticas, a música e a arquitetura brasileiras ao longo do século XX.